sábado, 15 de outubro de 2011

Estresse: uma epidemia silenciosa

O estresse relacionado a vida cotidiana é interpretado pelo organismo como uma situação de perigo. No trabalho é onde passamos a maior parte do tempo. Atualmente a sociedade cobra demais das pessoas, com o aumento da velocidade dos meios de comunicação, criou-se a necessidade de estar constantemente em alerta e que decisões sejam tomadas com uma velocidade muito grande, prazos restritos, demandas cada vez mais complexas, novos aprendizados exigidos pelas mudanças tecnológicas, enfrentar avaliações de desempenho e ainda bom relacionamento com os colegas e chefes, além de manter-se em forma, cuidar da vida pessoal, são exigências da sociedade atual. Devido a isso o estresse ocupacional é uma epidemia contemporânea. isso ocorre em todos os níveis hierárquicos. Entre os executivos é comum encontrar doenças relacionadas ao estresse e cerca de 61% deles se dizem insatisfeitos com o excesso de tempo dedicado ao trabalho. Essa pressão pode se transformar em doença pois é interpretada como uma ameaça pelo córtex cerebral, que envia uma mensagem para a amígdala, que é o principal mediador de resposta ao estresse no cérebro. Em resposta glândulas adernais adrenalina e glicocorticóides. Esses dois hormónios vão levar a uma reacção chamada luta ou fuga, agindo no coração, pulmões e músculos, fazendo com que ocorra taquicardia, aumento da velocidade de respiração e muitas vezes sensação de falta de ar, aumento da irrigação sanguínea dos músculos prejudicando assim a irrigação de outros orgãos, por exemplo o sistema gástrico prejudicando assim a digestão e mais uma série de reações que levam o organismo a funcionar em estado de alerta, se desgastando. E o pior é que se esse estímulo é crônico, os glicocorticóides iram estimular o Locus Cerúleus que vai liberar noradrenalina se comunicando com a amígdala provocando assim a reativação contínua do estímulo de estresse. Ou seja, inicia-se no organismo um ciclo vicioso. O cérebro e o sistema imunológico enviam sinais continuamente, um ao outro. Esta comunicação afecta o comportamento e as respostas do organismo ao estresse. Por isso reacções do corpo a uma mente estressada muitas vezes passam por infecções, inflamações e doenças autoimunes. Como ocorre com qualquer doença altamente prevalente, o estresse não influencia apenas os indivíduos, mas também tem consequências culturais, sociais e econômicas. Estima-se que o prejuízo anual decorrente de faltas ao trabalho, baixa produtividade, acidentes e doenças decorrentes deste problema seja da ordem de 300 bilhões de dólares nos Estados Unidos da América. Não há este tipo de estatística ainda no Brasil, mas deve ser tão grande quanto a dos EUA. Ana Maria Rossi psicóloga estudiosa deste assunto estima que no Brasil as organizações poderiam ter uma economia de até 34% se diminuíssem os índices de estresse ocupacional. para isso é fundamental que tanto os trabalhadores como as empresas tenham mais conhecimento sobre este assunto e empreguem programas eficazes para evitar. Ainda não é comum o investimento neste tipo de trabalho, mas a boa notícia é que está aumentando a cada ano a preocupação dos empresários e administradores com este tema, pois isso gera uma economia para a própria empresa. Todos nós somos responsáveis por exigir uma melhora na nossa qualidade de vida, precisamos reconhecer e respeitar os limites do nosso corpo, saber falar não e lidar com a sensação de frustração que é causada quando percebemos que jamais atenderemos a todas as necessidades e exigências do mundo atual.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Discurso de Steve Jobs em Stanford.

Estou colocando a transcrição do discurso de Steve Jobs na formatura de Stanford. Esse cara foi um gênio, e merece estar aqui em meu blog! Não é sobre tecnologia é sobre desafio, persistencia, fazer o que ama, por isso ele está aqui.
Vale a pena ler.

Você tem que encontrar o que você ama

Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18 meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina.

Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.”

Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de seis meses, eu não podia ver valor naquilo.

Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria ok.

Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.

Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.

Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.

Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.

De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.

E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.

Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício].

Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa.

A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple.

E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple.

Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.

Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.

Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.

Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.

Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para “preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.

Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.

Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.

Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.

O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.

Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.

Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.

E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.

Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.

Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.

Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:

“Continue com fome, continue bobo.”

Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.

Obrigado.
Steve Jobs

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O envelhecimento e os cuidados com quem cuida.

Não sou especialista em psiquiatria geriátrica, mas cada vez mais me deparo com as pessoas que convivem com os idosos. Sabemos que existem algumas peculiaridades do indivíduo nessa fase da vida, e muitas vezes quem convive diretamente vivencia uma série de conflitos.
Por isso e atendendo a um pedido de uma pessoa, resolvi escrever sobre esse tema com a intenção de ajudar um pouco, através do conhecimento, as pessoas que convivem com o idoso.
O que é o envelhecimento?
O envelhecimento é um processo de diminuição progressiva de habilidades motoras, sensitivas e cognitivas, o que leva a um apego maior aos próprios valores, dificuldade de aceitar o novo, supervalorização da própria história de vida e conflitos com a realidade atual. Diminuição da capacidade em se adaptar à realidade e a frustrações, tendo como conseqüência queixas freqüentes.
 Claro que estou falando isso de um modo geral, não necessariamente ocorre com todas as pessoas.
Essas particularidades muitas vezes despertam em pessoas que convivem com eles uma série de sentimentos entre eles a culpa. Esse sentimento ocorre devido a uma ambivalência, pois amamos muito aquela pessoa que nos ajudou muito durante toda nossa vida, sabemos que ela merece todo respeito e amor do mundo, mas ás vezes decorrente da sobrecarga emocional ficamos nervosos, ansiosos e até com raiva o que rapidamente revertido em uma enorme sensação de ser a pior pessoa do universo, um verdadeiro monstro! Como lidar com esses sentimentos? O que fazer para atenuar o sofrimento gerado por esses sentimentos antagônicos?
Em primeiro lugar entender e aceitar que pessoas idosas precisam de maiores cuidados, que existem certas características que são normais de pessoas com mais idade e que devemos achar formas de lidar com isso. É fundamental que a saúde do cuidador seja observada. Não há como tratar bem os outros se não estamos bem. Acredito que  é fundamental ter uma certa rotina de atividades que não seja exclusivamente voltadas para os cuidados. É importante que o cuidador também tenha sua atividade física, de lazer e sociabilização. Muitas vezes as pessoas restringem ao máximo suas vidas para que tenham mais tempo e possam cuidar, mas isso reflete em uma sensação de que parou a vida o que gera angustia e tristeza. Por isso para cuidar bem temos que cuidar em primeiro lugar de nós mesmos. Assim o tempo dedicado a eles é um tempo com mais qualidade.
Quanto mais o cuidador estiver bem e transmitir isso ao idoso, melhor o idoso ficará tornando mais fácil a tarefa.
Ocorre uma certa primitivação da personalidade, ou seja, é comum ter um certo comportamento de mimo. Isso muitas vezes leva a sentimentos ambivalentes de raiva e dó, o que faz com que ocorra instabilidades no relacionamento. A melhor forma é entender que isso faz parte da insegurança do idoso e para isso é importante reforçar suas habilidades e informá-lo de tudo o que está sendo feito e pedir auxílio e colaboração no tratamento. Estabelecer limites de forma carinhosa para evitar o excesso de dependência, alumas Frases do tipo: "eu tenho certeza que você pode, eu não vou fazer por você pois sei que você consegue e fazer isso vai fazer bem para você" normalmente ajudam. 
Um comportamento de inveja e ciúme pode ocorrer, não aceitando que as pessoas se divirtam, se relacionem ou até mesmo trabalhem, supervalorizando suas deficiências e solicitando freqüentemente o cuidador, está aí mais um exemplo da insegurança e por isso o ideal é manter algumas atividades para o idoso para que ele tenha um círculo de convívio e entenda de que não está sozinho.
Oscilações bruscas de humor podem ocorrer, com aumento de irritabilidade e tristeza, isso pode ser normal pelo fato de estar tendo dificuldade de lidar com as perdas impostas pela idade, ou pode ser patológico decorrente de um quadro depressivo que é comum ocorrer. Observe e sempre que tiver dúvida consulte um médico. O ideal é que tenha um geriatra de referência que pode ajudar não só com a saúde do idoso, mas também com essas questões e como lidar com esses desafios que vão surgindo. Ele pode encaminhar a outros especialistas conforme vai surgindo a necessidade, orientar como agir, orientar sobre a necessidade de contratar uma pessoa para ajudar com os cuidados, etc.
O cuidador deve reconhecer e respeitar os seus limites, a maioria das vezes observo que as pessoas por amarem tanto aquele idoso abdicam de toda sua vida para ficar com ele, mas isso reforça esse sentimento de incapacidade que é comum no idoso e faz com que fique cada vez mais dependente e solicitando os cuidados cada vez mais, virando uma bola de neve. Respeite seus limites, peça ajuda se necessário.
Use senso de humor, com respeito é lógico, isso deixa o clima menos tenso, deixa mais fácil os cuidados. Estimule o idoso sempre e varie os estímulos com filmes, músicas, passeios, peças enfim o que tiver disponível. Sempre procure passar bem estar e satisfação com a vida, não reclame perto deles pois já ocorre uma sensação de estar incomodando e se ficamos reclamando isso só tende a deixar o ambiente mais negativo e as coisas mais difíceis. Procure estar bem assim não irá descontar o seu estresse no idoso.
Tenho perfeita noção que tudo que estou falando parece simples, mas não é. Mas podemos sim modificar pequenos hábitos que da mesma forma que ocorre com os aspectos negativos, ocorrem também com os positivos, criando assim um ciclo virtuoso e não o vicioso que normalmente entramos. Saber que há pessoas que podem ajudar e saber pedir ajuda é importante. Não somos máquinas e erramos muito todos os dias, mas assumir nossos erros e nossas limitações é muito importante para que não entremos nesta bola de neve.
Mantenha um tempo para si, cuide-se de verdade. Mantenha-se saudável física e emocionalmente. Só assim podemos dar os cuidados a quem tanto nos ajudou.
Afinal a única maneira que inventaram de se viver muito tempo é envelhecendo!